Duelos como jogador e vice em 1994: relembre confrontos de Ancelotti com a seleção
Amigo de Paulo Roberto Falcão, o técnico enfrentou o Brasil três vezes como jogador e uma vez como auxiliar técnico
A relação de Carlo Ancelotti com a seleção brasileira não começou no anúncio de sua contratação, divulgado na manhã desta segunda-feira, 12. O treinador encontrou a Amarelinha três vezes como atleta e foi "personagem secundário" na conquista do tetra, em 1994.
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Apesar de ter atuado em duas Copas do Mundo, Carleto nunca enfrentou a equipe canarinho enquanto jogador da Itália. O primeiro encontro aconteceu em 1989, em um amistoso entre o Brasil e o Milan de Arrigo Sacchi. A partida, que terminou em 0 a 0, fazia parte de uma série de duelos preparatórios que a equipe de Sebastião Lazaroni realizou antes da Copa de 1990.
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No ano seguinte, o então meio-campista integrou a seleção do "resto do mundo" contra o Brasil, comandado pelo seu ex-companheiro Paulo Roberto Falcão, em um jogo que comemorava os 50 anos de Pelé. A equipe nacional saiu derrotada por 2 a 1, tendo seu gol marcado por Neto, enquanto Hagi e Michel garantiram a vitória da seleção das estrelas.
Em 1992, Ancelotti fez um amistoso para se despedir dos gramados e o adversário de sua aposentadoria foi o Brasil, que, já comandado por Carlos Alberto Parreira, venceu por 1 a 0, com gol de Careca.
Após a aposentadoria, o italiano se tornou auxiliar de seu ex-treinador, Arrigo Sacchi, na seleção nacional. O reencontro com a Amarelinha aconteceu na grande final da Copa de 94: 0 a 0 no tempo normal, sem gols na prorrogação e, com o pênalti perdido de Roberto Baggio, o título ficou com o Brasil.
Influência de Sacchi no modelo de jogo de Ancelotti
Após trabalhar como auxiliar da Itália, Ancelotti iniciou a carreira como técnico em 1995, no modesto Reggiana. Após um ano, foi dirigir o Parma, que, à época, contava com grande aporte da Parmalat, que o permitia montar grandes equipes.
Se hoje Carleto é conhecido por ser versátil e adaptável, em seu início de carreira não era bem assim. Por ser discípulo de Sacchi, Ancelotti utilizava muito o 4-4-2 e não conseguia usar um jogador importante como o camisa 10: recusou Roberto Baggio por não querer encaixar o atacante no esquema.
"Eu tinha um sistema de jogo que aprendi em Milão com Arrigo Sacchi. Era o 4-4-2. E foi por isso que recusei Roberto Baggio no Parma, porque queria jogar com o número 10. Eu disse: 'Não, não jogo com o número 10'. Ele era um dos melhores jogadores do mundo naquela época e recusei-me a contratá-lo porque só queria jogar com dois atacantes", afirmou ao jornal Gazzetta Dello Sport.
"Hoje eu diria a ele: 'Baggio, venha para Parma e vamos resolver a situação'. Em vez disso, eu disse a ele: 'Escute, Roberto, não há lugar para você', e ele foi para Bolonha. Corrigi esse erro na Juventus. Eu tinha Zidane e ele era o número 10. Devo colocá-lo na direita ou na esquerda? Impossível. Zidane é o jogador mais importante da minha equipe e tem que ser o número 10 e tenho que me adaptar. A partir daí sempre levei em consideração as características dos jogadores para construir o sistema", concluiu.
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