Bobbie Goods ganham regionalismo com o traço de ilustradoras brasileiras

Bobbie Goods ganham regionalismo com o traço de ilustradoras brasileiras

Em meio à tendência dos Bobbie Goods, "Brasiligudes" e "Dumbie Goods" apresentam propostas brasileiras e originais para a febre

Cadernos para colorir com animais fofinhos. Essa é a definição primária dos “Bobbie Goods”, cadernos de ilustrações que tomaram conta das redes sociais e impulsionaram a venda de livros para colorir em todas as livrarias do Brasil.

Criado pela designer norte-americana Abbie Goveia, em 2021, o material oferece cenas tranquilas com personagens amigáveis e propõe que os compradores usem canetinhas para pintar as artes. Alguns vídeos mostrando o processo de colorir o livro chegam a ter como base de alcance um milhão de visualizações.

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Ganhando destaque principalmente entre a geração Z (nascidos de 1997 a 2010), a verdade é que públicos de diferentes idades descobriram, em uma simples atividade, um hobby relaxante capaz de trabalhar habilidades como foco e concentração, motricidade fina, além de outros benefícios.

De acordo com a Nielsen Bookscan, plataforma que monitora o comércio de livros no País, a coleção atingiu um total de mais de 150 mil cópias vendidas no Brasil entre dezembro de 2024 e março de 2025.

E no meio dessa tendência, ilustradoras brasileiras aproveitam a febre para entrar no mercado comercial, inovando com traços autorais que dão um aspecto regional ao desenho.

Brasiligudes: o Bobbie Goods brasileiríssimo

Na versão original, os personagens vivem situações do dia a dia em ambientes como cafeterias, casas, lojas e parques.

Apesar da tranquilidade transmitida, para a designer Maria Clara Braga, os cenários retratados no Boobie Goods por vezes pareciam muito distantes da realidade brasileira.

“A ideia surgiu de um dia que eu estava em casa, com essa moda circulando já fazia um tempo. Percebi então um furo de mercado, que ninguém tinha feito uma edição brasileira daqueles desenhos. Por ser autoral, minha versão é diferente, mas o objetivo era entrar nessa vibe dos desenhos de colorir com cenas do nosso cotidiano, do cotidiano brasileiro, que é bem diferente do contexto americano ou europeu”, conta.

Na sua versão, intitulada Brasiligudes, os ursos ganham vida enquanto interagem com paisagens e cenários típicos do Brasil, como a Avenida Paulista com o vão do Masp ao fundo e uma quadrilha junina.

 No "Brasiligudes", os ursos ganham vida enquanto interagem com paisagens e cenários típicos do Brasil, como a Avenida Paulista com o vão do MASP ao fundo e uma quadrilha junina
No "Brasiligudes", os ursos ganham vida enquanto interagem com paisagens e cenários típicos do Brasil, como a Avenida Paulista com o vão do MASP ao fundo e uma quadrilha junina Crédito: Reprodução/Instagram

“O que faz meu trabalho ser autoral é justamente por pegar a essência do povo brasileiro. Claro que tem clichês como a praia de Copacabana, mas tentei fugir de outros estereótipos como o futebol. Pensei em cenas que de fato retratam o nosso imaginário cultural coletivo: um pão de queijo com café na companhia de sua avó à tarde, um churrasquinho da Lapa, animais entregadores de iFood e cenas comuns”, relata.

Dumbie Goods: o cômico e o inusitado no Ceará

Partindo de reflexões análogas, a ilustradora Émilly Silva também apresenta, em fase de pré-produção, a sua versão autoral dos Boobie Goods: os Dumbie Goods.

Assim como no livro original, a designer moradora de Cascavel quis trazer cenários do dia a dia, mas brincando com situações cômicas, surreais e bizarras, que em algum momento podem vir a acontecer. Com o livro já em fabricação, Émilly pretendo lançar o exemplar no evento Sana, em julho de 2025.

Uma borboleta com um cigarro gigante, uma raposa fugindo de um incêndio, e uma homenagem a uma cena do Clássico-Rei entre os mascotes do Fortaleza e do Ceará são alguns dos desenhos que preenchem as páginas desenhadas por Emmy.

“O diferencial dele pro original, além do próprio traço em si, que é mais assimétrico, também é a sua temática, que é totalmente voltada pro humor levemente ácido, e busca explorar situações do dia a dia que podem ar despercebidas pelos livrinhos mais fofinhos. É realmente a ideia soar inadequado, como um contraste ao traço fofinho dos desenhos originais”, relata.

Além dos Dumbie Goods, Émilly já tem um trabalho consolidado na ilustração cearense. Com camisas, bottons, adesivos e placas que fazem referência à cultura pop, a artista participa do estúdio Rapadura Atômica, que dissemina a animação no município de Cascavel.

“Em relação às minhas criações autorais, meu diferencial é focar um pouco mais no humor e gerar risos e identificação com as pessoas que veem o que eu faço. Ainda que eu seja fascinada pela cultura nerd/geek, meu trabalho também tem um enfoque maior na cultura pop em geral, englobando memes, um pouco de rap, um pouco de K-pop, um pouco de cultura regional”, finaliza a designer, que também trabalha com animação full, técnica de animação 2D utilizada pelo estúdio Ghibli.

Brasiligudes

Dumbie Goods

  • Quanto: consultar designer
  • Mais informações: @ilustraemi

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