Parlamentares da oposição cobram afastamento de Lupi; veja reações
Em meio a tensões políticas com o PDT e andamento da operação contra fraudes do INSS, oposição cobra demissão do ministro da Previdência
Após a operação “Sem Desconto”, que apurou irregularidades em descontos realizados em associações conveniadas com o INSS em abril, parlamentares se posicionaram sobre a demissão do ministro Carlos Lupi. Opositores do governo Lula argumentam falta de posicionamento do governo.
O possível afastamento do ministro da Previdência Social aumenta a pressão política do Partido Democrático Trabalhista (PDT) sobre sua relação com o atual governo petista. A remoção de Lupi do cargo representaria o rompimento de ligações com o governo Lula.
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O ministro teria recusado a inclusão de pautas relacionadas à quantidade de entidades que possuem Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).
Segundo investigações articuladas pela operação, os grupos teriam desviado mais de R$ 6 bilhões nos últimos anos. As fraudes só foram discutidas em reuniões do Conselho em abril de 2024, após meses de alerta.
O presidente Lula e o ministro Carlos Lupi devem se reunir nesta sexta-feira, 2, para decidir a situação do PDT em relação ao cargo atual no Ministério da Previdência Social.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) comentou na plataforma social X (antigo Twitter) que o governo Lula inventou “cortinas de fumaça” com comentários sobre a escala 6x1 e viagens à China e Rússia para “esfriar” a situação da Previdência. E questiona: “Safadeza seletiva? Por que Lula não demitiu Lupi após fraude bilionária no INSS?”.
Na mesma plataforma, o deputado federal Carlos Jordy, filiado ao Partido Liberal do Rio de Janeiro, questionou: “Será que ele tem algo a revelar sobre o esquema que pode prejudicar o descondenado">O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) também comentou que “o caso é absurdo” e afirmou: “Mesmo assim, o governo se preocupa mais com apoio político do PDT do que com os idosos enganados”.
Operação “Sem Desconto”
Iniciada em 23 de abril, a operação apurou que associações e sindicatos que formalizaram ACTs com o INSS permitiram o desconto de mensalidades associativas da conta de aposentados e pensionistas sem autorização.
O relatório da Controladoria-Geral da União identificou que 70% das 29 entidades investigadas não apresentaram a documentação incompleta para a regularização das ACTs. Cerca de 6 milhões de beneficiários devem ter sido furtados nos últimos anos.
A CGU pediu a adoção de medidas urgentes, como o bloqueio imediato de novos descontos e a suspensão e cancelamento de acordos de cooperação. A Polícia Federal já apreendeu ao menos R$ 41 milhões em bens e valores em cumprimento de mandados contra suspeitos das fraudes no INSS.