Deputados cearenses exaltam legado de Francisco e veem chance de papa brasileiro
Ao todo, sete cardeais brasileiros estão aptos a participar do conclave que decidirá o nome do próximo ocupante do posto máximo da Igreja Católica
Os deputados federais cearenses, Luiz Gastão (PSD) e José Guimarães (PT) foram entrevistados pelo programa O POVO News, nesta segunda-feira, 21, e falaram sobre a morte e o legado do papa Francisco, o primeiro papa latino-americano da história, e falaram em propor homenagens no Legislativo ao pontífice.
Além disso, ambos os parlamentares disseram acreditar na possibilidade de que o próximo papa escolhido seja um brasileiro.
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Ao todo, sete cardeais brasileiros estão aptos a participar do conclave que decidirá o nome do próximo ocupante do posto máximo da Igreja Católica. Na prática, eles têm direito ao voto e também a se colocarem como postulantes à sucessão de Francisco.
O deputado federal cearense Luiz Gastão (PSD), coordenador da Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana, na Câmara dos Deputados, destacou os impactos da morte do sumo pontífice.
“Impacta todos nós. Esperamos que o papa seja recebido por Deus e que possamos fazer referência à sua história e legado de olhar para os mais pobres. Ter humildade nas ações e principalmente colocar que a santa Igreja possa continuar fazendo com que possamos servir a humanidade com os valores cristãos”.
Sobre o conclave, Gastão disse crer que este pode ser o momento de um papa brasileiro assumir a posição.
“Teremos sete arcebispos que poderão ter seus nomes eleitos. Somos um dos maiores países católicos do mundo e acredito que talvez seja a vez de termos um papa brasileiro e possamos continuar servindo de exemplo de fé para o mundo. Vamos acompanhar, mas também com tranquilidade esperar que o conclave se dê numa condição harmônica”.
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Já Guimarães narrou que esteve duas vezes com Francisco, pessoalmente, e disse ser um dia triste para o mundo todo, não apenas para os católicos.
“O conheci pessoalmente. Era um papa pop, humanístico, no jeito de acolher as pessoas. Beijei a mão dele, ele pegou minha mão e fez perguntas sobre o Brasil. Estou dizendo isso porque sou católico, não escondo de ninguém, mas tenho no papa uma referência de vida”, declarou.
Sobre as chances de que o próximo papa seja um brasileiro, Guimarães demonstrou otimismo. “Temos por obrigação que apostar, torcer e orar para um brasileiro ser escolhido. Dos sete cardeais que vão participar (do Conclave), conheço pelo menos dois bem. Sendo um papa brasileiro será um momento de comoção; São cardeais que têm importância na igreja mundial e todos os sete estão bem posicionados. Penso que o peso da Europa na escolha é grande, mas assim como o papa Francisco surpreendeu quando foi escolhido, tenho esperança de que possamos ter um brasileiro (no posto de papa)”, projetou.
Brasileiros aptos a participar do conclave
- Cardeal Jaime Spengler (de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)
- Cardeal João Braz de Aviz (arcebispo emérito de Brasília)
- Cardeal Dom Paulo Cezar Costa (de Brasília)
- Cardeal Odilo Pedro Scherer (de São Paulo)
- Cardeal Sérgio da Rocha (de Salvador)
- Cardeal Orani João Tempesta (do Rio de Janeiro)
- Cardeal Leonardo Steiner (de Manaus)
Guimarães disse ainda que articulará homenagens ao papa no Legislativo brasileiro. "Defenderei que possamos ter uma sessão solene como gesto de solidariedade e vida, como fez o papa Francisco. O Congresso como um todo. Francisco uniu todos, para além da igreja católica. Vamos sugerir que a Câmara e o Senado possam prestar, conjuntamente, alguma homenagem”, destacou o parlamentar que é líder do governo Lula na Câmara.
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Fé e política
Questionado sobre de que forma a política pode se inspirar no legado deixado pelo papa Francisco, o deputado Gastão destacou como fundamental a visão e atuação mais política do papa durante sua trajetória.
“Sem sombra de dúvidas é fundamental essa visão política do papa, que não é só política, é do próprio evangelho. O evangelho cristão”, argumentou.
Segundo Gastão, a Frente Parlamentar tem agido para garantir que os valores cristãos sejam uma bandeira e a orientação para os trabalhos do grupo.
“Independentemente de cor partidária. Vivemos um momento político de polarizações no Brasil e no mundo, mas o que nos une é a fé e o evangelho. É em cima desses valores que buscamos trabalhar. Hoje a frente parlamentar católica congrega vários partidos. Temos deputados do PL, do MDB, do PSD, do Republicanos, do PT, portanto, de todas as correntes”, explicou.
No entendimento do coordenador, há possibilidade de seguir o legado do papa, mostrando que fé e política podem caminhar juntas.
“Buscamos, em conjunto com a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), mostrar ações que visem o bem comum e que fé e política podem andar lado a lado; fazendo com que políticos possam preservar os valores cristãos. Acreditamos que bons cristãos, que sigam o evangelho, terão condições de seguir melhor as políticas públicas e legislações que vão nortear nossas ações”, disse.
Guimarães, por sua vez, ressaltou o legado do papa, afirmando que a luta pela paz, talvez, tenha sido a “mais importante” bandeira levantada por Francisco durante o papado. “Em todo momento de conflito, o papa fez um pedido explícito pelo fim das guerras”.
Além disso, torceu para que o sucessor possa seguir os os de Francisco em sua atuação. “O papa que organizou e combateu questões internas que macularam a imagem da Igreja. Se o próximo papa seguir um pouco da história de Francisco, o mundo vai continuar no caminho desses 12 anos. O bem-querer do Brasil com o papa é extraordinário”, finalizou.
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