Nove imigrantes morreram sob custódia nos EUA desde posse de Trump
Nove pessoas morreram sob custódia do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos desde que o presidente americano, Donald Trump, voltou ao poder em 20 de janeiro, afirmou Todd Lyons, diretor interino desta agência nesta quarta-feira (14).
Ao retornar à Casa Branca, o republicano prometeu uma expulsão maciça de imigrantes em situação irregular, aos quais considera "criminosos" por terem entrado ilegalmente nos Estados Unidos.
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Seu governo afirma se concentrar naqueles com antecedentes penais, em membros de gangues e narcotraficantes, mas os advogados de alguns detidos ou expulsos e organizações de defesa dos direitos humanos o acusam de realizar prisões indiscriminadas baseadas algumas vezes apenas em tatuagens.
Nesta quarta-feira, durante uma sessão da comissão de orçamento da Câmara de Representantes do Congresso, Lyons afirmou que o ICE "prioriza o pior do pior", mas os democratas o colocaram isso em dúvida.
"O que temos visto sob a istração Trump deveria provocar calafrios [...] em todos os americanos" porque "não se está concentrando no pior do pior, como afirma", protestou a congressista Veronica Escobar.
Segundo ela, o governo se concentra em imigrantes que, "em sua maioria, não representam absolutamente nenhuma ameaça para o público, estudantes com 'green cards' [permissão de residência] e vistos" e pessoas "com status legal, sem antecedentes penais".
"Este é o tipo de padrão preocupante que vemos na polícia autoritária, não em uma república democrática", afirmou Escobar.
Sua colega democrata, Lauren Underwood, perguntou a Lyons quantas pessoas morreram sob custódia de sua agência.
"O total de mortes sob custódia chega a nove", respondeu o diretor interino, assegurando que o ICE age com "transparência".
"Realizamos uma investigação exaustiva" sobre todos os casos a cargo do Escritório de Responsabilidade Profissional do ICE e jurisdições locais, afirmou.
Em sua intervenção, o diretor interino declarou que o "ICE tem alguns dos mais altos padrões de detenção".
O ICE subcontrata companhias privadas para a detenção de imigrantes e para serviços como o transporte, o atendimento médico ou a alimentação, o que gera polêmica por seus lucros milionários e as condições de detenção.
"O histórico de algumas destas operações privadas é péssimo, e caracterizo o que acontece dentro delas como o equivalente a abusos dos direitos humanos", afirmou Escobar, citando a superlotação das instalações, a "negligência médica", a falta de o a banheiros e água, e a nutrição inadequada.
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