Erro em embalsamamento já fez corpo de papa explodir antes do velório; entenda

Erro em embalsamamento já fez corpo de papa explodir antes do velório; entenda

Em 1958, um erro na preparação do corpo do papa Pio XII fez com que ele explodisse antes do velório. Entenda;

O funeral de um papa é marcado por uma série de rituais da fé católica, nos quais os fiéis prestam as últimas homenagens ao sumo pontífice. Para a grandiosidade do momento, é necessário que o corpo do Santo Padre e por um minucioso processo de embalsamamento para resistir à longa duração das exéquias Celebração litúrgica, essencialmente um funeral, que a Igreja Católica presta aos fiéis defuntos. .

No entanto, em 1958, um erro na preparação do corpo do papa Pio XII fez com que ele explodisse antes do velório, levando o médico pessoal do pontífice a se tornar persona non grata no Vaticano.

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A decisão não tem caráter judicial, mas indica que a pessoa não é mais bem-vinda em qualquer ambiente, ato ou celebração ligados à fé católica, e que deixou de representar os ideais e valores defendidos pela Igreja.

Médico que cuidou do velório de Pio XII já havia vazado fotos pessoais do pontífice doente

O responsável pelo embalsamento em questão foi Riccardo Galeazzi-Lisi, oftalmologista e médico pessoal de Eugenio Maria Pacelli, cardeal que seria conhecido como papa Pio XII e que governou a Igreja Católica de 1939 a 1958.

Entre os feitos de seu pontificado, Pio XII condenou a perseguição aos judeus praticada pela Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial e acolheu no Vaticano diversos refugiados do conflito.

Dias antes da morte de Pacelli, Galeazzi-Lisi vendeu fotos do papa, já debilitado, recebendo oxigênio.

Em 9 de outubro de 1958, o pontífice faleceu após sofrer um AVC seguido de um colapso cardiorrespiratório na residência de verão papal, na cidade de Castel Gandolfo, a 29 km do Vaticano.

Técnica de embalsamento utilizada em Pio XII teria supostamente sido usada em Cristo

Após a morte do pontífice, Galeazzi-Lisi organizou uma coletiva de imprensa para anunciar que utilizaria em Pio XII uma técnica de embalsamamento semelhante à que supostamente teria sido aplicada no corpo de Jesus Cristo.

A técnica, denominada “osmose aromática”, consistia em aplicar óleos essenciais e ervas no corpo do pontífice falecido e envolvê-lo em papel celofane.

Os médicos do Vaticano costumavam remover os órgãos internos dos papas para preparar os corpos para os longos dias de velório. No entanto, Pio XII expressou em testamento o desejo de que suas entranhas não fossem removidas e que fosse sepultado tal como "Deus o havia feito".

Onda de calor acelerou deterioração do corpo de Pio XII 

Além do método questionável utilizado por Galeazzi-Lisi, outro fator contribuiu para que o velório de Pio XII não ocorresse como o esperado: o forte calor que atingiu a península italiana em outubro de 1958.

Segundo relatos da época, enquanto aguardava o traslado para o Vaticano, o corpo de Pio XII chegou a adquirir tons esverdeados. Os guardas aram mal com o forte cheiro de putrefação. Somado a isso, o papel celofane impediu a circulação de ar, acelerando o processo de decomposição e fazendo com que o peito de Pio XII inchasse.

O notório inchaço no tórax de Pio XII chamou a atenção de quem o via, já que o pontífice sempre teve um corpo esguio.

Durante o transporte do corpo do Santo Padre até a Basílica de São Pedro, no Vaticano, os agentes funerários ouviram um forte estrondo vindo da parte traseira do veículo: o corpo de Pio XII havia explodido e se despedaçado.

Devido aos problemas no embalsamamento e à consequente explosão do corpo, os agentes funerários precisaram parar na Arquibasílica de São João de Latrão, a poucos metros do Coliseu de Roma, para um novo embalsamamento ser feito às pressas, em caráter de emergência. 

Ao abrirem o caixão, os presentes se depararam com uma cena assustadora: o corpo de Pio XII estava escurecido pelo avançado estado de decomposição; o septo nasal havia caído; e os músculos da face haviam se retraído, expondo a arcada dentária do papa, como se estivesse sorrindo.

Os relatos são de Antonio Margheriti, autor do livro A Morte do Papa: Ritos, Cerimônias e Tradições da Idade Média à Época Contemporânea.

Após uma turbulenta preparação e traslado, o papa Pio XII foi velado seguindo todos os ritos da tradição católica. Uma máscara de cera foi produzida e colocada sobre o rosto do Santo Padre para esconder as marcas da decomposição.

Médico de Pio XII foi declarado culpado pela Igreja dias antes do conclave

Dias antes do conclave de 1958, o Colégio dos Cardeais declarou culpado o médico Riccardo Galeazza-Lisi por vazar fotos do papa doente. No entanto, ele não foi responsabilizado pelo desastroso embalsamamento.

Apesar disso, foi declarado persona non grata no Vaticano e perdeu o posto de médico oficial do papa.

Em 28 de outubro de 1958, Angelo Giuseppe Roncalli foi eleito pontífice, sucedendo Pio XII e adotando o nome de papa João XXIII. Ele governou a Igreja Católica até sua morte, em 1963, quando Giovanni Montini, o papa Paulo VI, foi eleito.

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