De que o papa Francisco morreu? Veja o que diz sua certidão de óbito

De que o papa Francisco morreu? Veja o que diz sua certidão de óbito

Morte foi confirmada pela gravação da eletrocardioterapia, disse o documento assinado pelo diretor do Departamento de Saúde e Higiene do Vaticano; entenda

O papa Francisco morreu aos 88 anos de idade. O Vaticano anunciou sua morte na manhã desta segunda-feira, 21, e na parte da tarde foi divulgada a causa do óbito.

O jesuíta argentino, líder da Igreja Católica desde 2013, havia ado 38 dias hospitalizado por uma grave pneumonia e, após receber alta em 23 de março, parecia debilitado, embora tenha participado da celebração da Páscoa no domingo.

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De que o papa Francisco morreu? Veja o que diz sua certidão de óbito

Papa Francisco morreu de um derrame que o deixou em coma e com insuficiência cardiocirculatória irreversível, de acordo com sua certidão de óbito divulgada pelo Vaticano.

"A morte foi confirmada pela gravação da eletrocardioterapia", diz o documento assinado pelo diretor do Departamento de Saúde e Higiene do Vaticano, professor Andrea Arcangeli.

AVC ou derrame

O Ministério da Saúde conceitua um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou um derrame cerebral como uma doença que acontece quando há um entupimento ou o rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea adequada.

Morte do papa Francisco: problemas de saúde no início do ano

Papa foi internado no hospital Gemelli, na Roma. A entrada na unidade de saúde ocorreu em 14 de fevereiro por conta de uma bronquite.

Quatro dias depois, no entanto, o quadro se desenvolveu para uma pneumonia bilateral — uma infecção do tecido pulmonar —, conforme noticiada pela Santa Sé à época.

O segundo fim de semana de internação de Francisco foi marcado pela continuidade de um clínico "crítico", de acordo com boletins médicos emitidos pelo Vaticano.

No dia 22 de fevereiro, ele teve uma crise respiratória asmática de longa duração, sendo necessária a aplicação de um alto fluxo de oxigenação.

Exames de sangue apontaram, ainda, queda no número de plaquetas, associada a uma anemia. Motivo pelo qual o papa precisou de transfusões de sangue.

Já no domingo, 23, o líder do catolicismo não apresentou crise respiratória, enquanto a plaquetopenia permaneceu estável. Contudo, novos exames sanguíneos deram conta de uma insuficiência renal leve.

Apesar disso, ele pontífice participou de sua última missa dominical, no leito em que está acomodado e na presença dos cuidadores que o acompanhavam na hospitalização.

Saúde do papa Francisco era debilitada

Nos últimos quatro anos, o líder da Igreja Católica Apostólica Roma e chefe de Estado do Vaticano foi internado quatro vezes.

Em março de 2023, papa Francisco já havia enfrentado uma pneumonia. Doença que lhe rendeu uma hospitalização de urgência.

Debilitado por uma série de problemas, incluindo operações de cólon e do abdômen, além de dificuldades para caminhar, a saúde do pontífice se agravou devido a acidentes domésticos e problemas nas articulações dos joelhos e quadris, o que acabou tornando necessário o uso de cadeira de rodas para locomoção.

No último dia dia 1º de fevereiro, ele tropeçou, após sua bengala quebrar, durante uma audiência no Vaticano. Apesar disso, não se machucou. O incidente foi o terceiro nos últimos dois meses.

No início de janeiro, Francisco caiu e machucou o braço direito. Em dezembro, ele bateu o queixo na mesa de cabeceira, causando um hematoma.

Mesmo com problemas de saúde, em setembro, o papa visitou quatro países da Ásia e da Oceania. Com duração de 12 dias de viagem, foi maior roteiro que Francisco fez enquanto pontífice, ando pela Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Singapura.

A saúde do pontífice virou alvo especulações e rumores sobre uma possível renúncia. No entanto, quando questionado sobre a possibilidade, Francisco negava intenções de deixar o cargo.

Morte de papa Francisco: Igreja Católica perde primeiro papa não europeu

O nome de registro e de batismo de papa Francisco é Jorge Mario Bergoglio. Ele nasceu em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, na Argentina, e foi eleito o 266º papa da Igreja Católica Apostólica Romana em 13 de março de 2013, após renúncia do antecessor, o conservador Bento XVI.

Meses depois, em julho, esteve no Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), realizada no Rio de Janeiro. Este foi o primeiro destino internacional dele enquanto papa e a única vez que visitou o País.

Ao assumir a posição, Francisco se tornou o primeiro pontífice latino-americano da história do catolicismo, alcunha que também lhe rendeu ser primeiro papa nascido fora da Europa.

O pontífice escolheu esse nome em alusão a São Francisco de Assis, santo reconhecido por abdicar de uma vida de posses para se dedicar ao serviço aos pobres e necessitados. O papa, por sua vez, tem uma trajetória marcada pela rejeição à pompas e privilégios concebidos pelo cargo.

Formou-se em química, mas trocou a profissão pelo sacerdócio, sendo ordenado padre jesuíta em 1969; nomeado bispo auxiliar da capital argentina em 1992; e arcebispo em 1998.

Já em 2001, ele compunha o grupo de 44 novos cardeais criados pelo papa João Paulo II.

Morte de papa Francisco: Ascensão ao Trono de São Pedro

O legado de Francisco é desenhado por uma abordagem pastoral comprometida com os pobres e marginalizados. Frequentemente, ele enfatizava a importância de uma igreja próxima das pessoas e envolvida em questões sociais.

Priorizando a humildade como virtude, a história dele a frente da Igreja Católica é contornada por tons de subversão ao tradicionalismo acometido pela doutrina. Francisco, ao longo de seu papado, não fugiu do debate de pautas polêmicas homossexualidade e abusos de menores dentro do clero.

Em 12 anos no comando da Santa Sé, papa Francisco promoveu reformas importantes na Igreja Católica. Uma das mais recentes foi quando decidiu ser enterrado em um simples caixão de madeira, com o objetivo de simplificar e flexibilizar os ritos funerários papais.

Em novo rito formal publicado em novembro de 2024, o Vaticano anunciou que pontífice renunciara a tradição de séculos na qual o papa é enterrado em três caixões interligados. Além disso, ele expôs desejo de ser velado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma.

A maioria dos pontífices foram sepultados sob a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Dessa forma, ele seria o primeiro Papa a ser sepultado em outro local desde Leão XIII, em 1903.

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Morte de papa Francisco: Polêmicas

Três meses após assumir o maior posto da carreira religiosa, o argentino refletiu: "Se um gay aceita o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-lo? Eles não devem ser marginalizados".

A declaração ocorreu quando foram divulgadas informações à imprensa italiana de que a Santa Sé supostamente continha uma rede de clérigos homossexuais. Na época, o papa reconheceu que havia muito o que falar sobre o assunto.

Em 2016, Francisco disse que a Igreja deve "pedir perdão" aos homossexuais.

"Não só devem pedir perdão a esta pessoa que é homossexual, mas também aos pobres, as mulheres exploradas, às crianças exploradas pela sua mão de obra, tem que pedir perdão por haver abençoado muitas armas”, acrescentou na época.

Entre outros temas polêmicos, ele afirmou, em 2014, que os comunistas roubaram a bandeira dos pobres em entrevista ao jornal italiano II Menssaggero.

"Os comunistas roubaram nossa bandeira. A bandeira dos pobres é cristã (…). A pobreza é o centro do Evangelho… Os comunistas dizem que toda essa pobreza é algo comunista. Sim, claro, por que não">(Colaborou Thays Salles)

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