AMC implanta redução de limite na avenida Lineu Machado

AMC implanta redução de limite na avenida Lineu Machado

O limite foi reduzido porque a via se destacava no ranking de ocorrências e severidade de acidentes de trânsito monitorado pela AMC

A Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) está implantando um conjunto de intervenções de segurança viária na avenida Lineu Machado, que a pelos bairros Bonsucesso, Jóquei Clube e João XXIII, em Fortaleza. Uma das intervenções é a redução no limite de velocidade em um trecho residencial da avenida, que agora a a ser de 30 km/h. O limite anterior era de 60 km/h.

De acordo com a AMC, a medida visa prevenir acidentes. O POVO foi até o local para conferir como está a implantação da nova sinalização, o fluxo de veículos e a opinião de quem trabalha no entorno.

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O limite de velocidade anterior era de 60 km/h, por ser uma via arterial, embora não tivesse placa de velocidade regulamentada. O limite foi reduzido porque a via se destacava no ranking de ocorrências e severidade de sinistros de trânsito monitorado pela AMC.

As placas indicando o novo limite de 50 km/h serão instaladas entre a av. Carneiro de Mendonça e Rua Júlio Braga até o final deste mês.

Já entre as ruas Júlio Braga e Maria Quintela, a av. Lineu Machado, em um trecho residencial, vai operar com 30 km/h, com implantação de tartarugas de sinalização ao longo das faixas de retenção nos cruzamentos.

A placa com o novo limite se encontra em frente a Escola Municipal Presidente Kennedy, que de acordo com trabalhadores do entorno, há um grande fluxo de crianças e veículos.

O pacote também prevê a renovação de lombadas existentes e o prolongamento de calçadas no cruzamento com a Rua Estrada do Pici, bem como ajustes de geometria na interseção com a rua Renato Viana e rua Jockey Club.

Nos últimos quatro anos foram registrados mais de 120 acidentes em trecho

Readequar o limite de velocidade ajuda a diminuir o número de acidentes graves e também promove uma convivência harmoniosa no trânsito, é o que afirma o diretor de trânsito do órgão, Leandro Rocha.

“Nosso objetivo é criar um ambiente mais seguro e mais consciente, onde todos possam se deslocar com mais tranquilidade e segurança”, afirma em nota enviada à imprensa. Ele também ressalta que a alteração não impacta no tempo de viagem.

“Estudos mostram um aumento de apenas 6,08 segundos no tempo médio de viagem a cada quilômetro percorrido nas vias contempladas com a mudança. Essa medida, como as próprias estatísticas mostram, não repercute significativamente no tempo de viagem, mas faz total diferença para salvar vidas", destaca.

Questionada pelo O POVO, a AMC informou que a adoção da velocidade de 50 km/h segue a recomendação da OMS de que vias urbanas devem ter essa velocidade máxima a fim de reduzir os riscos de mortes e lesões graves.

“Os estudos realizados nas vias de Fortaleza onde a medida já foi implementada apontaram uma redução média de 68% nos sinistros fatais, 19% dos sinistros com vítimas lesionadas e 30% nos atropelamentos. A medida já foi implementada em 85 vias da Capital, totalizando cerca de 205 km de vias readequadas de 60 km/h para 50 km/h”, destaca a nota.

Segundo dados da AMC, nos últimos quatro anos, foram registrados na avenida Lineu Machado cerca de 121 acidentes que resultaram em uma morte, 132 pessoas feridas e 12 atropelamentos.

Trabalhadores do local discordam de redução de limite de velocidade

Natural do sul de Minas Gerais (MG), o vendedor de comida, Rodrigo Roque Barroso, conta que está em Fortaleza há mais de 20 anos e há dois anos trabalha no trecho. Ele afirma ter presenciado alguns acidentes: “Acho que dez ou 15 e um com morte”.

Ele acredita que a diminuição na velocidade do trecho deveria ser de 40 km/h e não de 30 km/h. “Eu acho que nessa faixa de pedestre, onde a muita criança, deveria ter aquelas tartarugas. Essa faixa deveria ser alta. Só colocar a placa ali não vai adiantar na hora do fluxo, entre 16 e 19 horas. O movimento é demais”, relata.

Enquanto realizava entrevista com os trabalhadores do local, O POVO presenciou um quase acidente: onde o ciclista avança na frente de um veículo, quase provocando uma batida.

Já o motorista de caminhão, Paulo Roberto, relata que vários acidentes costumam acontecer na via, pois “ninguém respeita os limites de velocidade”.

“Já aconteceu comigo. Eu entrei na via e o cara veio olhando pro celular e bateu na traseira do meu carro. É assim mesmo, acidente direto”, relata.

Ele acredita que para além da redução do limite, é preciso ter fiscalização no trecho. “Sem fiscalização, mesmo com o limite, ninguém respeita”. "Quanto mais devagar, mais o povo vai querer ter pressa. Alguém vai querer respeitar o limite, um vai acabar batendo no outro. É pior".

Roberto denuncia que no período chuvoso acontecem mais acidentes. “Na chuva tem muito buraco por aqui. Inclusive, a Cagece fez e não ajeitou [o buraco]”.

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