Quadra chuvosa: 59% do território cearense teve chuvas abaixo da média
Sertão Central e Inhamuns, Serra da Ibiapaba e Vale do Jaguaribe foram as macrorregiões mais afetadas pela falta de chuvas; 5% do Estado ficou acima da média
Em 59,9% do território cearense as precipitações da quadra chuvosa de 2025, entre fevereiro e maio, ficaram abaixo da média histórica. 5% do Estado ficou acima da média.
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Informação é da Fundação Cearense de Meteorologia de Recursos Hídricos (Funceme), divulgada durante a avaliação anual da quadra chuvosa, realizada nesta quarta-feira, 4, na sede da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), em Fortaleza.
As regiões mais afetadas pela falta de chuvas foram o Sertão Central e Inhamuns, Serra da Ibiapaba e Vale do Jaguaribe.
O cenário reflete uma quadra chuvosa que, apesar de ter finalizado dentro da média histórica, esteve aquém do esperado.
Apesar dos resultados abaixo em boa parte do Ceará, algumas localidades, como a faixa litorânea e as proximidades do Orós, segundo maior açude do Estado, podem comemorar as chuvas deste ano.
“As chuvas começaram mais cedo e o quadro foi bem animador, mas não tivemos o acúmulo que nós esperávamos. No litoral temos um acúmulo muito bom, no Orós um acúmulo muito bom, tanto que sangrou, mas temos regiões que causam muita preocupação. O aporte no geral foi confortável diante de nossas circunstâncias”, comentou o secretário dos recursos hídricos do Ceará, Fernando Santana (PT).
Essas regiões de preocupação citadas pelo secretário são as localizadas no Centro Sul do Estado, que compreendem as bacias do Médio Jaguaribe, Sertões de Crateús e Banabuiú.
As três estão com menos de 40% da capacidade hídrica e devem ser alvo de medidas para contenção de prejuízos. A média geral do Ceará hoje é de 54% da capacidade total, 2% a menos que em junho do ano ado.
Em contrapartida, as boas notícias estão reservadas para o Centro-Norte do Estado. Pelo sexto ano consecutivo, o volume de água na bacia da Região Metropolitana de Fortaleza será suficiente para atender seu público.
Com isso, a expectativa da SRH é de que o volume armazenado hoje no Castanhão e Orós, principais açudes do Ceará, possam ser destinado ao abastecimento do Vale do Jaguaribe e municípios do sertão do Estado.
“O impacto do Orós é diretamente ligado à região Jaguaribana. Hoje na região Jaguaribana nós temos dois bilhões [de metros cúbicos de água] acumulados no Orós e dois bilhões acumulados no Castanhão. É uma acumulação muito boa para a região. A gente vai poder perenizar todo o vale com vazão satisfatória para atendimento a todos os usos. Não haverá restrição nenhuma. [vai ter para água] Irrigação, carcinicultura e abastecimento humano com certeza”, complementa Santana.
Na RMF, os ajustes necessário devem ser apenas algumas transferências de um açude para o outro. O Pacoti, por exemplo, principal reservatório da bacia, mas que não sangrou, poderá receber água do Gavião, entre outros.
Com informações da repórter Lara Vieira