7 dicas para resolver problemas hidráulicos em casa
Alguns cuidados são importantes para evitar prejuízos com o sistema de abastecimento de água e esgoto
O projeto hidráulico é uma etapa fundamental na construção de qualquer residência. Ele é responsável por garantir o correto funcionamento do sistema de abastecimento de água e esgoto, assegurando conforto, segurança e economia para os moradores.
“Este sistema é composto por uma complexa rede de tubulações, conexões e dispositivos que percorrem a casa, geralmente escondidos nas paredes e pisos. Por isso, quando você conhece os principais componentes e o funcionamento da rede de água e esgoto, fica mais fácil identificar sinais de problemas, além de tomar decisões melhores na vivência, compra ou aluguel de um imóvel”, explica o arquiteto Bruno Moraes, à frente do escritório BMA Studio.
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Importância do projeto hidráulico
Em uma residência, Bruno Moraes descreve que o sistema hidráulico é dividido em duas partes: a de abastecimento, que traz água potável para os pontos de uso, como torneiras e chuveiros, e a de esgoto, que conduz a água usada para fora da casa. Na hora de construir ou reformar, é importante ter em mãos as plantas do imóvel com a localização dos pontos de água, estudar cuidadosamente todas as áreas molhadas da casa, além de conhecer os objetivos dos moradores.
“Antes de começar a mexer na parte hidráulica, é necessário conversar com o cliente para saber exatamente as suas preferências e rotina”, afirma o profissional, que exemplifica que, na maioria dos imóveis, sejam residenciais ou comerciais, a altura dos registros e torneiras costuma seguir um padrão conforme a norma técnica. Todavia, muitas vezes o profissional é chamado para realizar adaptações importantes segundo o perfil do morador, como um cadeirante, uma pessoa com estatura menor ou maior do que a média.
É fundamental compreender as demandas aguardadas para a moradia, como a quantidade de saídas de água quente, fria ou filtrada, a preferência por chuveiro no teto ou parede, ou a inclusão de uma ducha higiênica, entre outras questões. Com a lista completa nas mãos é que a equipe de projetos pode avaliar se o imóvel comporta a nova estrutura hidráulica.
Cuidados com novos imóveis
Se a questão for adquirir um imóvel, é preciso inspecionar o sistema hidráulico, especialmente em unidades mais antigas. “Ao visitar o imóvel, pergunte sobre a última reforma hidráulica e peça informações sobre a rede de abastecimento e esgoto”, recomenda Bruno Moraes.
Para evitar arrependimentos no futuro, o arquiteto ainda enfatiza a necessidade de ajuda de um profissional qualificado em todos os estágios da obra. “Além do profissional especializado em hidráulica, é importante contar com o olhar experiente de um arquiteto ou engenheiro para acompanhar de perto todos os os, fazer uma análise das torneiras, dos eletrodomésticos e outros detalhes que só aparecem no decorrer da obra”, explica.
Resolvendo problemas hidráulicos
A seguir, o arquiteto Bruno Moraes explica os principais problemas hidráulicos que podem surgir na casa e como corrigi-los. Confira!
1. Pia da cozinha
Um dos problemas mais comuns nas casas é o entupimento do encanamento da cozinha, em razão do acúmulo de gordura de restos de comida deixados na pia. O arquiteto indica uma solução eficiente, e que cada vez mais têm sido utilizadas por seus clientes: um triturador de alimentos. “É uma solução bastante interessante, pois evita que o sifão fique obstruído, além de reduzir muito a quantidade de lixo orgânico gerado pela casa […]”, explica.
2. Ralo do box
Suscetível a entupimentos e acúmulo de água devido à concentração de cabelos, restos de produtos de higiene e resíduos de sabão. Esse problema pode tornar o banho desconfortável e, em casos mais graves, causar pequenos alagamentos.
Segundo Bruno Moraes, para evitar esses transtornos é importante realizar limpezas regulares, retirando resíduos visíveis e usando desentupidores ou produtos específicos para ralos periodicamente. Todavia, é necessário procurar o modelo de ralo ideal para o ambiente, principalmente aqueles que possuem compartimento para a retenção de resíduos, evitando o entupimento.
3. Furos na parede
Na hora das reformas, é inevitável não furar as paredes, mas todo cuidado é pouco para não estourar uma tubulação sem querer. Porém, hoje em dia já existe uma solução para evitar esse problema. “Nossa equipe de obras trabalha com sensores que mostram exatamente onde estão ando as tubulações de água e esgoto. Então, é possível fazer o mapeamento correto e avisar todas as interfaces do trabalho sobre os locais corretos para perfurar uma parede”, orienta Bruno Moraes.
4. Odor de esgoto
O arquiteto faz um alerta para um problema comum: se há cheiro de esgoto na casa, pode haver alguma conexão errada. “Eu vejo muito encanador falando que isso é normal, mas está errado, pois em hipótese alguma o odor deve retornar ao ambiente”, explica. Para evitar esse inconveniente, Bruno Moraes trabalha com a instalação de isolantes de cheiros como os sifões ou ralos sifonados.
5. Pressão da água
Na hora da reforma, um erro recorrente está no esquecimento da verificação da pressão de água indicada para cada peça. Todas as embalagens de equipamentos hidráulicos apresentam os parâmetros de pressão máxima. Do contrário, isso pode ocasionar acidentes.

6. Vazamentos
A depender do vazamento, o problema pode ser tão grande que comumente interfere até nos imóveis vizinhos. Em um caso repentino, a primeira ação a ser tomada é fechar o registro de água e procurar um profissional especializado para a realização dos reparos.
Principalmente, para quem mora em prédio, Bruno Moraes traz um conselho importante: seguro residencial, é uma excelente opção para cobrir esses problemas do dia a dia. Isso traz tranquilidade aos moradores no caso de vazamentos que podem envolver outros andares, causando perda de revestimentos, móveis etc.
7. Tubulação PEX
Nos novos empreendimentos, Bruno Moraes conta que as tubulações de PVC estão dando lugar para as do tipo PEX (feitas em polietileno reticulado) em razão de sua flexibilidade e resistência, principalmente às altas temperaturas. Porém, como se trata de uma tecnologia mais nova, ainda é pequeno o número de encanadores que trabalham com ela. Assim, o ideal é conversar com pessoas da área a fim de localizar um profissional com esse conhecimento.
Por Emilie Guimarães
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